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O HOMEM E SUA CRUZ



Um homem estava carregando a sua cruz. Ele observava ao seu lado vĂ¡rios outros homens e mulheres, cada qual levando uma cruz em seu ombro direito. Este homem sentia que sua cruz era bastante pesada e difĂ­cil de levar. Interiormente ele sabia que aquela cruz servia para alguma coisa, mas nĂ£o entendia exatamente o motivo de carrega-la.

Certo dia, ele se sentiu bastante cansado de tanto carregar aquela pesada cruz. Quase sempre reclamava do peso de sua cruz a Deus.

No entanto, lhe veio um pensamento: “E se eu cortar apenas um pedacinho da minha cruz? Acho que cortar uma pequena parte dela nĂ£o farĂ¡ muita diferença. Deus nĂ£o quer me ver sofrendo e carregando esse fardo”, pensou.

EntĂ£o o homem cortou um pedaço da cruz e seguiu em frente em sua jornada.

Num outro dia, continuava cansado, mas nĂ£o tanto quanto da outra vez, posto que agora sua cruz estava um pouco mais leve. PorĂ©m, mais uma vez lhe veio o mesmo pensamento: “E se eu cortar mais um pedaço da cruz? Cortei da primeira vez, e olhe como eu pude andar mais rĂ¡pido! NĂ£o, Deus nĂ£o quer ver seus filhos sofrendo. Ele nĂ£o se importarĂ¡ se eu cortar mais um pedaço dela”.

EntĂ£o o homem pegou sua cruz e cortou mais um pedaço, dessa vez retirando-lhe uma parte ainda maior. Logo depois seguiu caminhando. Dessa vez, estava muito mais aliviado, pois agora sua cruz estava quase pela metade.

O homem, dessa forma, pĂ´de apressar o seu passo. Ele se deu conta que, com uma cruz mais leve, conseguia passar a frente de outras pessoas. Ele atravessava por homens e mulheres carregando uma pesada cruz e achava engraçado que a maioria aceitasse a tormenta de uma carga tĂ£o difĂ­cil de conduzir. Logo percebeu que era um dos primeiros, e viu uma multidĂ£o de pessoas atrĂ¡s dele. Pensou consigo mesmo “Fui mais esperto que essas pessoas. Diminui o peso de minha cruz e pude andar mais rĂ¡pido. Sim, Ă© muito bom ser esperto e buscar um atalho e facilidades neste caminho”.

O homem continuou sua caminhada e vislumbrou a sua frente um imenso precipĂ­cio. Era um abismo muito profundo, e impossĂ­vel de atravessar sem uma ponte. Olhou dos lados e nĂ£o havia qualquer passagem. Ficou imaginando como poderia atravessar aquele espaço. Outras pessoas tambĂ©m foram chegando e ninguĂ©m sabia como passar ao outro lado. Nesse momento, uma voz que veio do cĂ©u declarou:

“NĂ£o se preocupem. A cruz que cada um de vocĂªs possui nĂ£o Ă© apenas uma cruz, mas principalmente uma ponte. Basta vocĂªs colocarem a cruz sobre o abismo para que consigam cruza-lo”.

EntĂ£o, todos postaram suas respectivas cruzes sobre o abismo, formando uma ponte com ela, e cada um subiu na cruz e pĂ´de transpassar por cima do abismo.

O homem que cortou sua cruz fez o mesmo. Postou sua cruz por cima do abismo, mas, para sua surpresa, percebeu que os cortes haviam tornando sua cruz menor, e ela nĂ£o era grande o suficiente para deslocar-se de um ponto a outro do abismo.

O homem caiu de joelhos no chĂ£o, chorou, e arrependeu-se profundamente de ter cortado a sua cruz. Agora ele compreendia que a cruz nada mais era do que uma ponte, e que no momento certo, ela seria Ăºtil em sua jornada.

(VersĂ£o: Hugo Lapa)